domingo, 17 de outubro de 2010

O tempo passou.

Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos, não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restam algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restarem essas coisas. E a gente continua a buscar, a investigar — e, principalmente, a fingir .. fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo. (Caio F.)

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